Eu trabalho com cidadania italiana desde 2015, e desde então, como não poderia ser diferente, estou sempre lendo tudo que vejo, além de todas as pesquisas que faço e estudos. Ocorre que com isso as vezes também acabo me inscrevendo nos sites daqueles “pseudo-profissionais” que fazem um curso de marketing digital e saem a oferecer serviços de cidadania italiana. Hoje pela manhã eu recebi um email tão absurdo que resolvi escrever este artigo passando algumas informações para as pessoas. O email era extremamente apelativo e dizia que a partir deste ano o processo judicial de cidadania tornou-se mais VELOZ e ainda MAIS SEGURO.
Dizia que a partir de junho de 2022 tudo ficou mais veloz porque os processos não são mais propostos no Tribunal de Roma, mas sim no Tribunal respectivo à Comune em que nasceu o antenato/ancestral italiano. Mas como ele sabe disso? Já propos um processo no final de junho ou julho e já tem a sentença? Ou será que em um processo que propôs já andou um pouco mais rápido? E os outros 20 e tantos tribunais? Não tem como saber deste dado ainda em AGOSTO DE 2022. Qualquer afirmação é mentira. Isso ainda pode deixar o processo mais devagar e, independentemente disso, não será mais tão homogêneo como era, ou seja, os processos poderão ser super rápidos no Tribunal de Vicenza e super demorados no Tribunal de Firenze. PARA QUE MENTIR? PARA QUE APELAR?
A outra barbárie referia que agora os processos estão muito mais seguros em função do julgamento que afastou por definitivo a Tese da Grande Naturalização. Ora, todos sabem que esta tese nunca teve pé nem cabeça, e a tese da grande naturalização raríssimas vezes não é afastada em um processo bem conduzido. Mas ok, esta ainda não seriam afirmações tão apelativas quantos as primeiras. De uma certa forma todos os procedimentos passaram a ter um pouco mais de segurança, principalmente no pleito administrativo, pois é de se esperar um grande melhoria no retorno do trabalho dos Comunes.
Lembre-se que nada muito rápido ou prometido muita facilitação deve soar bem. O processo deve ser feito da forma correta e prescrita na lei. Se a pessoa vai morar e residir por definitivo na Itália, não tem razão apara fazer o processo judicial. Se a pessoa vai para Itália apena spara fazer o processo em comune e voltar, não faça, faça o processo judicial, pois é a forma mais lícita. Cuidado também com o profissional que diz que não é necessário retificar os erros no seus documentos. Não vale à pena esta economia.
Além disso, respeite as etapas e procure contratar um profissional que respeite bem estas etapas. Não existe possibilidade de trabalhar de forma errada respeitando as etapas. Se você faz a cidadania por etapas, evita dor de cabeça, como por exemplo vislumbra uma certidão que interrompeu a transmissão de sua cidadania e não continua o processo, sem já ter pago o profissional.
Estas são apenas dicas para deixar você mais por dentro e evitar qualquer informação que busque ocultar a verdade e passar informações inverídicas, ou ainda, que não lhe explique a necessidade da realização de alguns atos, como a retificação.
Outra coisa: Ninguém tira a cidadania. É um termo absurdo e completamente errado, e se escrito por alguém que conhece um pouco de português, é colocação que não se deve usar. É chula, feia e no meu entender, até desrespeita um direito que provem de algo extremamente nobre e respeitável. Se escreveu TIRAR A CIDADANIA, tire efetivamente este profissional da sua frente. As pessoas ADQUIREM a cidadania. RECONHECEM a cidadania. Sendo este último até mais correto.
